Apelidada de Princesa Diamante, segundo a polícia, o animal foi furtado pela antiga gestora do parque, Giselda Candiotto, e vendida a um colecionador norte-americano. |
Cobra com características únicas no mundo (cor branca e olhos pretos) |
Uma jiboia considerada raríssima, que sofre de uma mutação genética
chamada leucismo (falta de pigmentação em parte do corpo), avaliada em
U$ 1 milhão, foi roubada do Zoológico de Niterói, segundo investigações
da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis (Ibama).
Apelidada de Princesa Diamante, segundo a polícia, o animal pode ter
sido furtado pela antiga gestora do parque, Giselda Candiotto, e vendida
a um colecionador norte-americano, em 2009. O crime ganhou repercussão
internacional e está sendo investigado pela Interpol. O Zoonit, que fica
no Horto do Fonseca, Zona Norte da cidade, foi fechado pelo Ibama em
julho de 2011, suspeito de maus tratos de animais.
Segundo a Polícia Federal, a cobra com características únicas no
mundo (cor branca e olhos pretos) teria sido encontrada em 2006 no meio
da mata no Rio de Janeiro e levada para o Zoonit. De acordo com as
investigações, em 2007, o colecionador de serpentes Jeremy Stone veio ao
Brasil para tentar negociar o animal com a administradora Giselda, mas a
transação só aconteceu dois anos depois.
As investigações da Polícia Federal apontam ainda que o colecionador
retirou o animal ilegalmente do Brasil pela fronteira de Roraima com a
Guiana. Além disso, pela internet, fotos feitas nos Estados Unidos entre
Jeremy, Giselda e o marido da administradora, José Carlos Schirmer,
foram encontradas na casa da administradora, em Niterói.
Nos Estados Unidos, a polícia americana fez uma busca na casa de
Jeremy, mas não encontrou a Princesa Diamante. Ainda segundo a Polícia
Federal, o inquérito já foi concluído e encaminhado à Justiça.
O casal de brasileiros foi preso e indiciado por crimes contra a
fauna (Lei 9.605/98, artigo 29), contrabando e apropriação indébita. De
acordo com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP),
Giselda Candiotto encontra-se na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de
Souza, localizada no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Já
José Carlos Schirmer encontra-se no Presídio Ary Franco, em Água Santa.
Quanto ao americano, já existe mandado de prisão expedido contra ele, pela agência internacional.
Segundo a PF, o foco da investigação refere-se exclusivamente ao
animal em questão, visto que se trata da prática de remessa ao exterior
material genético da fauna brasileira, crime de atribuição do órgão.
Para o biólogo do Instituto Vital Brazil (IVB), Aníbal Melgarejo, que
auxiliou o Ibama, durante as investigações, a serpente ainda pode estar
viva, e deve ter sido retirada do local onde estava pelo próprio
americano, onde era mantida, para despistar a policia.
“Não acredito que ela tenha morrido. A espécie costuma viver em média
30 anos, e apesar da viagem o colecionador demonstrou conhecer bem a
espécie e certamente oferece as condições necessárias para a
sobrevivência da serpente”, explica.
O especialista também esclareceu como a Princesa Diamante poderá ser repatriada, caso seja encontrada:
“Existem estudos que nos possibilita, através de exames avançados de
DNA, comprovar a origem da cobra em questão. Uma vez que comprovada a
origem brasileira, a espécie deverá ser repatriada imediatamente”.
No criadouro o colecionador já teria, inclusive, enviado filhotes da
serpente para a Itália, mas o especialista acredita que a combinação da
espécie com outras jiboias pode não resultar em novas combinações que
resultem no mesmo tipo da Princesa Diamante, além disso, Melgarejo
explicou o motivo do alto valor cotado pela cobra.
“Essa serpente é considerada raríssima justamente porque não existe
outra igual no mundo. Seu valor é determinado muito mais pelas
características estéticas, já que a cor diferenciada pode tornar a
Princesa Diamante um alvo fácil para predadores. Além disso,
colecionadores como Jeremy costumam pagar valores altíssimos por um
exemplar como esse”, conclui.
http://www.ofluminense.com.br/editorias/cidades/interpol-investiga-venda-de-cobra-em-niteroi?2131270927=1
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